quarta-feira, 13 de abril de 2011

A COR

Depois de uma primeira pesquisa sobre a cor, encontrei este site que partilho com todos.
http://www.mariaclaudiacortes.com/#

Afinal estava na wiki de trabalho, mas, de qualquer forma aqui fica.

            
AGORA UM POUCO DE TEORIA... 


"A cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz". (PEDROSA, 1982, P 17).

A cor está tão presente no nosso quotidiano que nem damos conta dela. Imagine-se um passeio, no campo, numa noite sem luar e sem nenhum tipo de iluminação! Assustador? Pois é. A luz é cor e na sua forma física mais elementar, é apenas uma sensação produzida nos cones da retina por ondas de luz de diferentes comprimentos. No que respeita à percepção, ela pode oscilar entre sensações espaciais e psicológicas.
Mas a verdade é esta: a cor não tem existência material. Só podemos perceber as cores na presença de luz. Como o Homem gosta de complicar resolve criar disciplinas que procuram materializar o imateriável, tangibilizar o intangível. Por isso, as cores são estudadas em duas vertentes, a cor-luz e a cor-pigmento.
Vamos pois às definições:
Cor-luz: pode ser observada através dos raios luminosos e baseia-se na luz solar. É representada pela soma de três cores aditivas: vermelho, verde e azul. Cor-luz é a própria luz que se pode decompor em muitas outras cores. A mistura das três cores adictivas produz a luz branca.

Cor pigmento: é a substância material que, conforme sua natureza, absorve, refracta e reflecte os raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela. São elas o Ciano, Magenta e Amarelo, que misturadas em partes produzem outros milhões de cores. A soma total delas produz um preto turvo. A cor-pigmento é, pois, a substância usada para imitar os fenômenos da luz-cor.

Enquanto o branco é a soma de todas as cores, o preto é a ausência delas. Ou seja, o preto é a ausência da luz.
Classificação das cores:
Cores primárias: São cores que não se decompõem, não podem ser "minimizadas", não vêm de outra cor, mas podem dar origem a outras cores se misturadas. São três: vermelho, amarelo e azul.
Cores complementares: São pares de cores que se complementam, formando o branco, ou luz branca, como por exemplo, o vermelho + azul esverdeado.
Cores secundárias: São cores produzidas através das cores primárias. Amarelo + vermelho = laranja.
Cores terciárias: são cores formadas a partir das cores primárias + secundárias.


Cor não é questão de gosto, é de cultura. ( AMSTEL, Frederick Van)
Segundo Frederick Van Amstel a percepção das cores é uma questão cultural, vemos o que conhecemos. As escolas ensinam à versão científica da percepção de cores dos pigmentos e da maneira que os espectros se dividem. Mas Amstel ressalta que não podemos afirmar que os comprimentos de onda da luz referentes ao vermelho têm o mesmo significado aqui e no mundo todo e mesmo dentro de uma cultura, pode ter significados diferentes. O vermelho é energia em academias, preocupante em hospitais e excitante numa bebida, sem contar que as cores ao redor também influenciam.
Portanto o autor afirma que para usarmos as cores, devemos conhecer bem o contexto em que ela será usada, escolhendo com muito cuidado.

AS CORES DA VIDA
Existem várias teorias e muitas crendices sobre as cores e o seu significado. Cada civilização ou povo tem uma simbologia e significados diferentes e as associações que no Ocidente faemos a uma determinada cor pode ser completamente diferente noutra regiºao do mundo.
Dos egípcios aos babilônios, as cores foram parte fundamental da cultura e religião, definindo e expressando toda a força mística destas. Além disso, era através da magia das cores que a classe dominante controlava a política e dominava o povo.
Na Índia e na China, o poder das cores influencia todos os aspectos da vida. Os centros energéticos do corpo, conhecidos como Chakras, são regidos pelas cores, sendo seu uso estudado, tomando-se todo cuidado para que o equilíbrio entre o material e o espiritual se mantenha inalterado para a preservação da a sorte e a sanidade.
Tendo como base esta antiga psicologia das cores aqui ficam alguns dados:
- Branco: Pitágoras, o filósofo grego, acreditava que a cor branca continha, além de todas as outras cores, todos os sons. Esta crença reflete-se na propriedade da cor branca de representar a divindade, sinceridade e transformação nos simbolismo do som dos sinos e gongos. Pode-se observar que muitos dos antigos templos e das atuais igrejas são brancas. E sabemos que as tradições nipônicas consideram o branco a cor do luto.
- Preto: Em Madagascar, uma pedra negra é colocada em cada um dos quatro pontos cardeais, sobre o túmulo, para representar a força da morte.
Já para os antigos egípcios, a negra lama do Nilo representava um renascer e os gatos pretos eram considerados duplamente sagrados, diferindo das crenças ocidentais da Idade Média, nas quais os gatos e lebres pretos eram considerados familiares, isto é, mensageiros do demônio.
Na Roma antiga sacrificavam-se bois pretos para satisfazerem os deuses das profundezas.
Nas Ilhas Britânicas, existem histórias de um cão negro, parte fada parte fantasma que, se visto, acaba com o bom humor do infeliz que estiver olhando na sua direção.
- Vermelho: O Vermelho é uma cor mágica em muitas culturas e representa o sangue, a essência da vida. Ervas eram amarradas com uma fita vermelha e esta era, por sua vez, amarrada em volta da cabeça para aliviar a dor da enxaqueca.
Acredita-se que a cor vermelha é bastante desagradável para os maus espíritos, por essa razão, na China, os rabichos dos sábios eram trançados com uma fita vermelha para afastar os maus espíritos e as mães faziam o mesmo com o cabelo das crianças ou as costuravam dentro do bolso pela mesma razão.
No Japão, crianças com sarampo são mantidas num quarto totalmente vermelho, vestidas com roupas vermelhas para apressar o processo de cura.
Os ingleses usavam lenços vermelhos no pescoço para afastar os espíritos que causavam o resfriado e as runas dos povos nórdicos eram marcadas em vermelho.

- Amarelo: Os corpos dos aborígines australianos são pintados com ocre amarelo nas cerimônias funerárias. Já na China os magos escrevem seus feitiços em papel amarelo para aumentar sua potência. E na Idade Média, tanto Judas como o Diabo eram representados vestidos de amarelo.

- Laranja: As laranjeiras fornecem uma generosa colheita ano após ano e, tanto nas culturas ocidentais como orientais, suas flores são usadas pelas noivas como um símbolo de fertilidade.

- Púrpura / Magenta e Violeta: Púrpura / Magenta e Violeta são, na verdade, representações de uma mesma cor, que variam na intensidade de luz. É um tom especialmente sagrado para as culturas romanas e egípcias nas figuras de Júpiter e Osíris. Associa-se às dimensões sagradas, justiça, diligência, nobreza de espírito, pensamento religioso, idade avançada e inspiração.
Na igreja católica o Púrpura / Magenta é usado pelos sacerdotes para transmitir santidade e humildade. E na China, o violeta simboliza a morte e é a cor das viúvas.

- Rosa: O Rosa é outra cor ligada à deusa romana e grega do amor e da beleza, Vênus e representa os aspectos mais suaves do amor e bondade.

- Dourado: O Dourado é o poder do sol e suas deidades, como o deus egípcio Ra e o deus grego Apolo. Sabe-se que na Idade Média, os curandeiros prescreviam água ou licores com folhas de ouro para a cura de problemas nos olhos e como tratamento das doenças graves.

- Azul: O Deus dos Judeus ordenou aos israelitas que usassem uma barra azul nas suas roupas. O azul é também a cor das roupas de Odin, deus supremo dos povos Nórdicos, o deus hindu, Vishnu era azul; além de ser a cor das roupas de Nossa Senhora.
Na Escócia, as pessoas usam roupas azuis para restaurar a circulação. No norte da Europa, por volta de 1600, um pano azul era usado no pescoço para evitar doenças. Culturas asiáticas acreditam que vestir ou carregar algo azul afasta o mau olhado. E ainda nas culturas orientais, o azul é conhecido como o envelope áurico que contém e sustém a vida.
- Verde: Na Irlanda, o verde é associado às fadas e acredita-se que pode dar azar devido a esta ligação. Entretanto se soprarmos gentilmente a lanugem do cardo ou do dente-de-leão para ajudar as fadas no seu caminho, é possível usar esta cor com impunidade. No antigo país de Gales, verde era a cor usada pelos druidas durante a cerimônia do Eisteddfod. Observa-se que essa cor é muito usada nos hospitais, com base na crença de que esta cor ajuda o processo de recuperação da saúde.

- Castanho: Nas culturas orientais acredita-se que o castanho incorpore toda a força natural do elemento terra, a força vital do nosso planeta. Acreditamos ainda que as estações, a natureza e até os pontos cardeais exercem direta influência sobre a nossa vida, fazendo com que se tenha sorte, dinheiro e até uma vida amorosa bem sucedida.
A COR NA COMUNICAÇÃO
Segundo Erci P. Danger em "A Cor na Comunicação", além dos aspectos físicos a cor tem implicações também na sensação. As cores trazem consigo uma série de elementos psicológicos e são percebidas de acordo com a vivência de cada um. Uma cor que para um pode ser lembrança de alegria ou até mesmo um prazer visual, para outros pode ser uma lembrança triste ou uma sensação negativa. Todas essas informações dependem da bagagem cultural e experiência de vida que cada um de nós traz consigo.
Cntudo as percepções visuais das cores, excepto quando há alguma anomalia, são iguais, o que muda são as sensações provocadas por elas. O uso de expressões, tais como: cores alegres, cores vivas, cores quentes, cores frias, cores festivas, cores de luto, cores apagadas etc. tem um sentido: são as percepções, que temos delas em um contexto no qual as encaixamos. Apesar do significado das cores ser diferente em culturas diferentes, elas podem ser usadas para transmitir uma determinada mensagem.
Já Modesto Farina, em Psicodinâmica das cores, reflecte o que alguns já sabem. A preferência por determinada cor pode estar baseada no tipo de personalidade e nas condições circunstanciais da vida de uma pessoa ou nos seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes. As pessoas não escolhem necessariamente uma cor porque ela é boa para si próprias, mas porque gostam da cor, mesmo que esta possa ser contrária às suas necessidades.
A cor exerce influência decisiva nos olhos dos seres humanos, afecta a actividade muscular, mental e nervosa. A combinação das cores influencia o lado psicológico das pessoas e pode tornar-se um ponto importante no interesse do público pelo produto, serviço ou marca. A combinação certa pode causar efeitos como de excitação, urgência, contentamento, calma, vulgaridade, melancolia, segurança etc., e ainda destacar algum elemento em relação a outro.
Assim também a comunicação usa dessas associações mentais, para que um produto seja visto como se quer que o vejam.
Bibliografia
AMSTEL, Frederick Van.
BARROS, Pablo.
ISABEL, Löfgren. A usabilidade da cor.
MARMION, Jorge. A utilização de cor no mecanismo de interação com o usuário.
MENDES, Maria de Fátima, STEINER, Michelle, OLIVEIRA, Rúbia. O uso da cor no ambiente de trabalho: uma ergonomia da percepção.

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